
13 de Junho de 2011
Doenças fúngicas: Dermatofitoses
A dermatofitose é uma doença fúngica cutânea causada por um grupo homogêneo de fungos patogênicos denominados dermatófitos. Os dermatófitos são classificados em três gêneros: Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton, que incluem cerca de 40 espécies, das quais somente algumas pertecem aos gêneros Microsporum e Trichophyton são usualmente as causas de dermatofitose em cães e gatos. É uma enfermidade extremamente contagiosa entre os animais, mas o contágio também ocorre dos animais para os homens. Apresenta-se como uma infecção comum dos tecidos queranitizados e semiqueranitizados (estrato córneo da pele, unha e pelo). Os agentes etiológicos podem ser divididos em três grupos ecológicos, conforme seu habitat e/ou hospedeiros naturais: antropofílicos (humanos), zoofílicos (animais) e geofílicos (solo). A transmissão ocorre pelo contato direto do esporo com o hospedeiro susceptível.
As dermatofitoses dos cães e gatos constituem zoonoses de importância, pois estes são, dentre os animais domésticos, os que mantêm estreito contato com as crianças altamente susceptíveis a esses processos. Animais de qualquer idade, sexo ou raça podem ser infectados, entretanto a doença é mais comumente vista em animais jovens, doentes, debilitados ou animais idosos. Os sinais clínicos deste tipo de infecção variam consideravelmente. Em cães, observamos uma dermatite inespecífica com formação de crostas e escamas, sendo que na maioria dos casos há envolvimento folicular. Ocasionalmente ocorre alopecia circular, rapidamente expansiva e descamativa. Os locais de predileção são a cabeça e as extremidades.
Em gatos, o sinal clínico mais comum é uma alopecia maculosa, com pelos partidos. Lesões mínimas como uma caspa esparsa e eritema podem ser observados concomitantemente. os gatos ocasionalmente apresentam uma dermatite miliar com numerosas crostas de pequenas dimensões, ou uma otite ceruminosa. O diagnóstico é feito através de exame sob a lâmpada de Wood, que resulta numa fluorescência positiva de cor verde- amarelada em apenas metade das infecções por Microsporum canis. Os outros dermatófitos de cães e gatos não fluorescem. O exame microscópico das estruturas queratinizadas pode demonstrar artrósporos e/ou hifas. Para realização são utilizados pelos partidos, escamas de lesões ativas ou fragmentos moídos de unhas (em casos de onicomicose). O tratamento dessas infecções fúngicas consiste na erradicação do material infeccioso dos animais afetados, dos portadores e do ambiente. Para isso são indicados o corte dos pelos, o isolamento do animal acometido, medidas sanitárias, terapia tópica e administração sistêmica de medicamentos fungicidas ou fungiostáticos prescritos pelo Médico Veterinário.
Por Mariana Castelhano Diniz, Médica Veterinária e Assistente técnica Ourofino Saúde Animal.
Crédito de foto: Voren1