Já ouviu falar de sarna em cães gatos? (Parte II)

19 de Janeiro de 2015

Já ouviu falar de sarna em cães gatos? (Parte II)

Continuando nosso papo sobre sarnas, iniciado há algumas semanas, vamos agora falar de mais um tipo de sarna, a sarna demodécica. Esse tipo de sarna pode acometer tanto cães quanto gatos, sendo mais frequente nos cães e não é transmitida aos humanos.

A sarna demodécica canina ou demodicose é popularmente conhecida como sarna negra. Essa doença é causada por um ácaro denominado Demodex canis. A sarna negra é uma enfermidade não contagiosa, relacionada a uma predisposição genética, que pode ser transmitida da mãe para os filhotes pelo contato direto nos primeiros dias de vida.

Demodex canis é um ácaro presente na pele de todos os cães. Para a maioria dos cães ele é inofensivo, porém para aqueles que possuem uma deficiência no sistema de defesa do organismo ele se manifesta de maneira nociva. A sarna negra acomete com mais frequência cães com menos de seis meses de idade ou com mais de cinco anos.

Nos gatos, este tipo de sarna pode ser causada por dois tipos diferentes de ácaros denominados Demodex cati e Demodex gatoi respectivamente.  Estes dois tipos de ácaros acometem apenas os felinos, sendo que a sarna causada pelo Demodex cati não é contagiosa, diferentemente da doença causada pelo Demodex gatoi que é altamente contagiosa. Assim como o ácaro que causa a sarna demodécica em cães, os ácaros que acometem gatos são habitantes normais da pele destes animais e em condições de queda de imunidade se reproduzem rapidamente tornando-se nocivos.

Os ácaros que causam este tipo de sarna habitam os folículos pilosos e ocasionalmente as glândulas sebáceas da pele de cães e gatos. Com exceção do Demodex gatoi que costuma habitar a superfície da pele, quando em grande quantidade, os ácaros ocasionam a doença que pode gerar lesões localizadas ou generalizadas pelo corpo dos animais. Nos cães este tipo de sarna não causa sempre coceira apenas em infestações muito grandes, porém em gatos a coceira frequentemente pode estar presente.

Os animais acometidos por este ácaro, sejam cães ou gatos, costumam apresentar queda de pelo, lesões ao redor do focinho, olhos e patas; feridas que formam crostas e produção de secreção. Nos gatos é mais comum observarmos lesões na região da cabeça.

Através de exames em amostras de pelos e pele dos animais acometidos, o médico veterinário consegue identificar os ácaros e então dar inicio ao tratamento. Por ser uma doença que tem relação com predisposição genética, não existe cura e o tratamento é feito visando controlar a infestação por estes ácaros bem como os sintomas gerados por ela. O tratamento geralmente é longo e pode envolver a utilização de produtos tópicos (pomadas, sprays, loções, pipetas, xampus), sistêmicos (comprimidos) ou até mesmo injetáveis.

Por ser considerada uma doença de caráter genético, para sua prevenção é recomendado que os animais acometidos não sejam utilizados para reprodução, sendo portanto, indicada a castração dos mesmos.

Nas próxima postagens falaremos sobre a sarna de ouvido. 

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