Dor nos pets: você sabe como identificar?

Mariana Castelhano Diniz, analista técnica na Ourofino Pet

21 de Novembro de 2016

Dor nos pets: você sabe como identificar?

Segundo a Associação Internacional do Estudo da Dor (IASP – The International Association for the Study of Pain) dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial.

Certamente sentir dor é uma experiência desagradável para qualquer pessoa, no caso dos pets a regra é a mesma. Antigamente acreditava-se que os animais não sentiam dor ou que possuíam um limiar de dor maior que o dos seres humanos. Atualmente já se sabe que, em relação à dor, os animais sofrem de forma semelhante às pessoas. Este fato ocorre porque existe uma similaridade entre as estruturas e os mecanismos envolvidos na percepção da dor nos animais e nos humanos, portanto provavelmente o estímulo que é doloroso para uma pessoa será também para um animal e a resposta de dor frente aos estímulos é sempre individual.

Os pets não conseguem comunicar verbalmente a dor, eles não reclamam e muito menos apontam onde está o desconforto, por este motivo a identificação da dor é uma tarefa complexa e desafiadora. Diversas situações podem causar dores nos pets, desde uma simples vacinação até problemas mais graves como as enfermidades osteoarticulares (artrites e artroses) e oncológicas (câncer).

Nos pets com dor são observadas mudanças no organismo como aumento do batimento cardíaco, aumento da pressão arterial e respiração ofegante. Além das mudanças fisiológicas, os cães ou gatos com dor apresentam alterações comportamentais. Para perceber tais alterações é muito importante conhecer o comportamento individual de seu pet bem como de sua espécie.  

Nos cães com dor geralmente são observadas as seguintes alterações comportamentais: menor interação com seus tutores ou outros animais, ansiedade, redução na locomoção, latidos excessivos, uivos, postura anormal, agressividade, perda de peso e emagrecimento, apetite diminuído ou ausente, lambedura excessiva, automutilação, tristeza e depressão.

Os gatos com dor também apresentam perda de peso e emagrecimento, postura anormal, agressividade, apetite diminuído ou ausente, tristeza, depressão e automutilação, além disso, observa-se diminuição da capacidade de saltar, diminuição ou ausência da auto-higienização e falta de uso da caixa de areia para fazer suas necessidades.

A dor afeta de maneira negativa a qualidade de vida e as funções fisiológicas dos pets, assim sendo quanto mais cedo identificada e tratada melhor será para a recuperação. É muito importante estar atento ao comportamento de seu melhor amigo. Se observar algo estranho ou anormal é fundamental que o leve ao médico-veterinário, pois através de uma avaliação detalhada será possível identificar a dor, avaliá-la e determinar o melhor tratamento. Para o diagnóstico da dor é muito importante o relato detalhado das alterações comportamentais observadas pelo médico-veterinário para que este tenha condição de classificar a dor quanto a seu tempo de duração, origem e intensidade.

Apesar da impossibilidade de verbalizar a dor, os pets sentem como nós e o seu tratamento deve ser feito de forma adequada e urgente. A dor acarreta diversas alterações importantes no funcionamento do organismo. Todas estas alterações se não controladas dificultam o processo de recuperação, portanto é preciso ficar muito atento a qualquer alteração nos hábitos e comportamentos do pet.

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