Malasseziose Canina: Conheça esse fungo tão comum dos cães
Por Mariana de Castro Amancio , Médica Veterinária e Analista Técnico e Marketing Sênior de Animais de Companhia
09 de Março de 2023
09 de Março de 2023
A Malassezia é um fungo encontrado nos tecidos dos animais e não costuma causar problemas.
A levedura lipofílica não lipodependente está presente em condutos auditivos, pele interdigital, regiões vaginais e anais. Em situações oportunistas, ela pode causar desequilíbrios.
Uma multiplicação em excesso combinada a baixa imunidade favorece otites e dermatites (lesões de pele) em cães e gatos.
Portanto, quando comparados a animais sadios, os animais com dermatite e otite tem um aumento na densidade populacional da levedura na pele.
O papel patogênico da Malassezia na lesão está relacionado não apenas à imunidade do hospedeiro, mas também a fatores de virulência do fungo.
Condições como dermatite seborreica, atopia, infestações parasitárias, alergias alimentares, diabetes canina, vírus da imunodeficiência felina e o uso prolongado de antibióticos relacionados a corticoides, podem causar supercrescimento da levedura, geralmente resultando no desenvolvimento de lesões.
Salientamos que estas podem apresentar reações exacerbadas de hipersensibilidade a alérgenos do fungo.
Essa manifestação patogênica, traz sintomas muito característicos da Malasseziose, na pele como:
· Coceira
· Vermelhidão
· Seborreia seca ou oleosa (caspa)
· Áreas sem pelo
· Aspecto de pele mais grosseiro
· Odor corporal característico de fungo
Portanto, é importante destacar que as áreas mais vulneráveis são ao redor do abdômen, tórax, rosto, região inferior do pescoço, axilas e entre os dedos.
O diagnóstico diferencial de doenças como DAPP (Dermatite Alérgica a Picada de Pulga) faz toda a diferença para um tratamento eficaz.
Já quando falamos da Otite, os sinais podem ser mais parecidos com:
· Coceira
· Vermelhidão
· Cerúmen castanho, abundante e espesso
· Odor de ranço
LEIA MAIS SOBRE: SEU PET TEM OTITE FREQUENTEMENTE?
Além dos sinais clínicos que são bastante evidentes quando se trata de um fungo, a citologia e a cultura fúngica também são utilizadas pelo médico veterinário para um tratamento mais adequado.
Como vimos, a malasseziose canina é uma dermatopatia bastante comum na rotina clínica de pequenos animais.
Ela está associada a mudanças no microclima, como pH, umidade, temperatura e microbiota. Além disso, há a perturbação das barreiras físicas, químicas e imunológicas do hospedeiro. Isso favorece a proliferação da levedura Malassezia pachydermatis, que se torna um patógeno oportunista.
Além disso, dobras na pele, doenças endócrinas, distúrbios de queratinização, disfunção imunológica e predisposição genética.
Cocker Spaniel, Shih Tzu, West Terrier, Basset Hound, Poodle, Boxer, Terrier Australiano, Pastor Alemão e Dachshund são raças susceptíveis à dermatite por Malassezia. Isso sugere que há um componente genético na doença.
O tratamento existe, e é feito com uma combinação de antifúngicos tópicos ou sistêmicos, muitas vezes associado a antibióticos e um corticoide.
Após a finalização do tratamento, convencionalmente indica-se uma nova citologia para verificação de um resultado negativo.
Existem muitas opções de tratamento alternativo. Uma delas é evitar a resistência microbiana e reduzir os efeitos dos tratamentos, como a terapia de dessensibilização da levedura.
Além de auxiliarmos com suplementos que ajudam a aumentar a imunidade dos animais, para aqueles que tenham uma predisposição.
Dê banhos regulares lembrando de secar bem os pelos e principalmente as dobrinhas e áreas como axilas e ouvidos.
Evite contato com animais contaminados com a Malasseziose, assim seu pet terá menos chance de desenvolver a doença.
Aqui na Ourofino temos um Guia de limpeza dos ouvidos, clique aqui e baixe, é gratuito!
Mantenha a saúde do pet em dia, e qualquer sinal clínico, ou de recidiva, retorne ao médico veterinário.
Comentários