Adotei um gato, e agora?

Por Gessica Cruz, médica-veterinária e especialista técnica Ourofino Pet

05 de Outubro de 2022

Adotei um gato, e agora?

O momento da adoção é um dos mais felizes para quem ama animais, porém para quem nunca teve pet pode dar aquele frio na barriga após a adoção.

Uma vez que você resolveu adotar o gato, todas as responsabilidades estarão sobre você, afinal você é o pai ou a mãe dele. Entre as principais necessidades dos pets estão a alimentação, a saúde e o bem-estar.

Alguns objetos são básicos para que você tenha desde a chegada do pet, entre eles as vasilhas de comida e água, caixa de areia, caixa de transporte, arranhador, brinquedinhos e, para alguns, caminhas.

Pensando nisso, separamos algumas dicas para que se preparar para esse ato de responsabilidade e amor.

 

1. Chegada em casa 

Alguns gatos se adaptam rapidamente, enquanto outros podem ficar com medo e somente sair aos poucos. Caso o seu gato seja mais medroso, você pode colocar petiscos ou sachês em alguns lugares da casa para que ele explore o ambiente e associe como uma experiência positiva.

Se você tiver crianças oriente-as para não fazer barulho ou bagunça demais perto do gato, pois isso o assusta muito. Também não se deve ficar carregando o gato, ele precisa ter liberdade para explorar o ambiente e escolher onde quer ficar.

2. Segurança do gato

A segurança física dos gatos normalmente está em perigo quando o gato tem acesso à rua, portanto a colocação de telas de proteção e manter o gato dentro de casa são formas de diminuir drasticamente os riscos acidentes, brigas e maus tratos, além de reduzir a possibilidade de infecção com doenças, adquirir parasitas e até mesmo de trazer presas.

Apesar da colocação de telas de proteção ser essencial, para o gato é considerado uma restrição do seu território, portanto quanto mais cedo ele for habituado a ambientes fechados, mais fácil é que o gato se adapte.

Também é necessário cuidados com algumas questões como presença de plantas tóxicas, produtos químicos e acidentes fora de casa. Saiba mais sobre: Quais são as plantas tóxicas para seu pet e orientações em caso de intoxicações com outras substâncias.

 

3. Verticalização/ Gatificação

 Se referem ao uso de prateleiras e/ou nichos no ambiente em que o gato vive, como forma de ampliar o território do felino. A verticalização também colabora com a realização de exercícios e diversão do felino, além de servir como esconderijo quando ele não quer ser incomodado.

 

4. Brincadeiras e exercício

Os gatos retêm comportamentos juvenis mesmo depois que se tornam adultos, por isto a maioria gosta de brincadeiras. A brincadeira não é apenas uma forma de atividade física, ela serve também como estímulo mental para os felinos, já que libera hormônios, trazendo a sensação de bem estar. A maioria dos gatos gosta de brincadeiras simples como bater ou empurrar bolinhas com as patas e perseguir “presas”. Dedicar tempo para brincar com o seu bichano é essencial para que ele não fique irritado e/ou depressivo. O uso de varetas é um estimulante, além de ser uma brincadeira segura para que as crianças interajam com o felino.

 

5. Alimentação e consumo de água

 O ideal é que na chegada do gato se mantenha a alimentação que ele estava comendo antes e, caso faça a alteração da comida, ela seja gradual. Os gatos são considerados carnívoros obrigatórios, portanto a sua alimentação deve ser principalmente a base de proteína animal (carne). Contudo, hoje em dia, as rações consideradas de qualidade (Premium e Super Premium) já trazem estes níveis de nutrientes balanceados. Gatos de um modo geral bebem pouca água, portanto é importante ter mais de um pote de água, além de dar alimentos úmidos com certa frequência. Gatos preferem comer em pratos rasos e largos, para que seus bigodes não encostem nas laterais e, de preferência, que sejam de cerâmica. Para beber água, muitas vezes os gatos preferem tomar água corrente, portanto a recomendação de uso de fontes que mantem a água em movimento. As vasilhas de comida e água devem ser lavadas diariamente e devem estar afastadas da caixa de areia, de preferência em outro cômodo da casa.

 

6. Higiene

 Costuma-se dizer que gatos são seres autolimpantes e esta é uma grande verdade, afinal, quem nunca viu um banho de gato? Os felinos dedicam cerca de 10% do tempo em que ficam acordados se limpando. Cuidam dos pelos removendo sujeira e nós, depois limpam as patas e, por fim, limpam a cabeça com auxílio das patas. Apesar de serem muito asseados, os gatos podem e devem ser escovados com frequência, principalmente raças muito peludas e animais idosos que, normalmente, não conseguem manter a higiene em dia sozinhos. Além de tudo, a escovação serve para estreitar o relacionamento entre dono e gato. Para saber mais sobre os cuidados de higiene com os felinos clique aqui e baixe nosso e-book de cuidados com a pele e pelos dos pets.

 

7. Banheiro

Os gatos são animais super higiênicos e mantem uma característica dos seus ancestrais de enterrar seus dejetos, por isto usam como “banheiro” caixas com areia, que na verdade podem ser granulados de diversos materiais, para esconder fezes e urina. A caixa de areia deve ser limpa de 2 a 3 vezes ao dia, sendo o mínimo uma vez ao dia. Existe a regra de que para cada gato tem que ter uma caixa de areia + uma, então se você tem dois gatos, serão duas caixas de areia + uma, totalizando três. A limpeza da caixa é feita com pá própria para isso, onde para as fezes se removem apenas as fezes e no caso da urina se removem os torrões (massas aglomeradas). No caso dos granulados de madeira, a urina transforma a madeira em pó, devendo ser peneirada para remove-lo, já para as fezes usa-se a pá igualmente que para outros granulados.

É necessário manter a caixa de areia distante das vasilhas de água e comida.

 

8. Conhecendo o restante da família (humanos e animais)

Está é uma parte difícil para os felinos, principalmente se a interação for com outro(s) gato(s), portanto de preferência esta apresentação deve ser orientada pelo médico-veterinário ou por um profissional especialista em comportamento. Caso não seja possível, faça aproximação gradual, permitindo no começo apenas que os pets se vejam e ouçam, porém que não possam ter contato físico (exemplo de porta de vidro, box do banheiro). Os animais não devem ser deixados sozinhos nos primeiros contatos para evitar possíveis acidentes. Uso de reforço positivo, como petiscos e sachês para o gato, também servem como uma lembrança positiva da aproximação com o outro pet.

 

9. Saúde

O cuidado com a saúde dos pets tem várias coisas para levarmos em consideração. A primeira delas é a vermifugação, que deve ser feita preferencialmente antes da aplicação as vacinas. Outra medida de manutenção na saúde dos gatos que também é considerada básica é, por exemplo, o controle de pulgas e outros tipos de parasitos. Para prevenção contra pulgas no seu bichano conte com a eficácia de NEOPet.

Além destes cuidados essenciais, os gatos precisam ser testados, no mínimo uma vez na vida, para duas importantes doenças: FIV e FeLV.

Uma vez vermifugado, com o controle de ectoparasitas em dia e testado para FIV e FeLV, o se gato deverá iniciar o protocolo de vacinação (se for um filhote ou um adulto que nunca tomou vacina) ou levá-lo para revacinação anual se for um adulto já vacinado. Para saber mais sobre as vacinas recomendadas para os gatos clique aqui.

E, por fim, o ideal é gatos jovens visitem o veterinário pelo menos uma vez ao ano e os idosos ou com doenças crônicas, vão ao veterinário no mínimo duas vezes ao ano.

 

10. Castração

A castração em gatos é sempre recomendada, tanto em fêmeas quanto em machos. A castração tem como principal benefício evitar a reprodução indesejada, porém ela também serve para diminuir comportamentos de marcação territorial e brigas. Ainda tá em dúvida sobre a castração? Clique aqui.

São muitos detalhes sobre os gatos, mas com certeza, com o passar do tempo juntos você saberá decifrar os detalhes do seu bichano melhor do que ninguém!

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